Mulheres Explicam quais são as funções de cada atleta e como tudo funciona
Escrito por Isabele Farias e Isadora Guerra
Existem diversas funções em uma equipe de Fórmula 1 e todos precisam estar alinhados com suas responsabilidades para que o objetivo do time seja alcançado. Em relação aos pilotos há três principais classes essenciais para a evolução da categoria e do esporte, como um todo. Uma escuderia conta com dois pilotos principais, além de piloto reserva, de testes e terceiro piloto.
E, com apenas 20 vagas no grid, a disputadíssima vaga de piloto principal é sempre cheia de palpites, notícias vazadas e dinheiro. Os titulares são responsáveis por guiar os carros nos treinos livres, classificatórios e corridas. Geralmente, seus contratos também incluem ações promocionais da equipe e patrocinadores.
Piloto reserva
Esses pilotos tendem a ser mais jovens e experientes em outras categorias de base, como F3, F2 ou Fórmula E, por exemplo. Eles podem dividir seu tempo entre a Fórmula 1, porque devem comparecer às mesmas atividades que a equipe titular, e outros compromissos. É o caso de Stoffel Vandoorne, reserva da Aston Martin e titular da DS Penske, na Fórmula E.
Esse múltiplo uso do piloto é uma forma das grandes equipes abrangerem mais possibilidades, com mais de um reserva, aliás. Esses jovens devem estar preparados para assumir o cockpit em qualquer eventualidade, portanto, também precisam da superlicença, preparo físico, horas de simulador e, com sorte, algumas voltas na pista. Durante os GPs, é comum vê-los circulando pelo paddock, como Mick Schumacher na Mercedes e Felipe Drugovich na Aston Martin.
De acordo com o regulamento da F1, as equipes devem colocar seus reservas nos carros principais em, pelo menos, dois treinos livres por ano. É aí que eles lutam para mostrar seu desempenho e ainda acumular quilometragem no monocoque de um F1, ganhando espaço e experiência na categoria. A saber: o papel do piloto reserva vai além de situações emergenciais, pois ele atua também em simuladores e testes, sendo fundamental ao desenvolvimento do carro ao longo da temporada.
Recentemente, o neozelandês Liam Lawson, até então piloto reserva da Red Bull e da AlphaTauri (equipes irmãs), precisou substituir Daniel Ricciardo na Alpha. Isso porque o australiano bateu durante o segundo treino livre do GP da Holanda, fraturou o metacarpo da mão esquerda e passou por uma cirurgia. A oportunidade veio e Lawson está alcançando grandes resultados, já que Ricciardo continua se recuperando fora das pistas. O neozelandês veio com tudo, está dando trabalho para Yuki Tsunoda e, em apenas três GPs, já chegou entre os 10 primeiros, marcando pontos para a equipe. A equipe já confirmou Yuki e Ricciardo para 2024, com Lawson como reserva novamente. Porém, outras escuderias já estão de olho no talento da Academia Red Bull.
Terceiro piloto
O papel do reserva se confunde bastante com o de terceiro piloto. Resumidamente, o terceiro piloto é aquele com foco nos testes, que ajuda os titulares e os engenheiros nos ajustes do carro. Dependendo da estratégia da equipe, ele também pode se envolver mais nas ações promocionais e de marketing. Caso de Daniel Ricciardo, que iniciou a temporada na Red Bull para atender aos fãs, ter um bom contato com a mídia e trazer patrocinadores/investidores. Em outras equipes, eles não aparecem tanto, mas são responsáveis pelo trabalho pesado nos simuladores e nos testes, gerando dados para análise e desenvolvimento do carro.
Piloto de testes
Mesmo ganhando muitas vezes a denominação de piloto de desenvolvimento, testar, mesmo que na grande maioria das vezes não na pista, é o que ele faz. Um exemplo clássico: a equipe não foi bem na sexta-feira e fez um belo treino no sábado. Não se trata de esconder o jogo, mas sim de um trabalho extenso de análise dos engenheiros de pista, que entregaram essas informações para a fábrica que, por sua vez, colocou o piloto de testes no simulador para experimentar as soluções pensadas. Dessa forma, é possível fazer mudanças no acerto do carro ou até mesmo confirmar se vale a pena ou não colocar uma peça nova ou atualização.
É por isso que as escuderias têm apostado cada vez mais em pilotos que não estão na ativa durante os finais de semana de corrida para esta vaga, uma vez que eles teriam disponibilidade de passar uma madrugada inteira de sexta-feira, por exemplo, no simulador, se necessário. Grandes talentos deste ano já passaram pelo acento, como George Russell e Lando Norris, o que prova que mesmo sem testes na pista, ser piloto de testes é uma boa alternativa para alcançar uma vaga no grid da F1. Lembrando que o mesmo atleta pode ocupar as três posições concomitantemente. Essa prática costuma ocorrer em equipes menores com menos orçamento ou nos grandes times com poucos talentos vindos das academias.
Mulheres no cockpit
Depois de um hiato de quatro anos, a britânica Jessica Hawkins voltou a representar as mulheres na Fórmula 1. Nos últimos dias ela foi anunciada como piloto de testes da Aston Martin. Jessica teve a oportunidade de guiar o AMR21, pilotado por Sebastian Vettel no GP do Azerbaijão em 2021, quando o alemão subiu ao pódio. A piloto de 28 anos foi contratada pela Aston Martin em maio de 2021 como embaixadora da escuderia. Posteriormente, passou a desempenhar funções de pilotagem nos simuladores. Recentemente, Jessica esteve acompanhada do brasileiro Felipe Drugovich no circuito de Hungaroring para ajudar a equipe nas futuras atualizações do carro. Boa sorte, Jessica!
FONTES