Saiba mais sobre o jovem que deixou os fãs de Fórmula 1 impressionados com seu talento guiando uma AlphaTauri
Escrito por Amanda Corrêa
Revisado por Isadora Guerra
Após o GP do Catar, hora de se despedir do piloto Liam Lawson, da AlphaTauri. Ele substituiu Daniel Ricciardo na equipe irmã da Red Bull depois de um acidente onde o australiano bateu e machucou a mão no treino livre 2 do GP da Holanda. Daí pra frente, Lawson assumiu o cockpit e mostrou do que é capaz. A seguir, confira como foi a experiência dele na F1, os títulos e vitórias em outras categorias, curiosidades e perspectivas para o futuro. Com vocês, Liam Lawson!
De repente, na F1
Acredite se quiser: quatro pilotos já passaram pela AlphaTauri nessa temporada. A equipe iniciou a competição com os pilotos Yuki Tsunoda e Nick DeVries como titulares. No entanto, a escuderia não se contentou com o desempenho de DeVries, que não estava pontuando, e o demitiu no dia 11 de julho. Daniel Ricciardo, que ocupava a posição de terceiro piloto na equipe principal Red Bull, foi chamado para ocupar o assento. O australiano, que aguardava uma chance para voltar a correr na categoria após o rompimento de seu contrato com a McLaren em 2022, aceitou a proposta. Deu tempo de disputar os GPs da Hungria e da Bélgica já pela escuderia irmã da Red Bull.
Entretanto, durante o segundo treino livre do GP da Holanda, no dia 25 de agosto, após Oscar Piastri (McLaren) bater na curva 3, para não atingir o compatriota, Daniel jogou o carro na barreira de proteção, parando justamente ao lado de Piastri. O resultado da nobre atitude do piloto rendeu uma fratura no metacarpo da mão esquerda, o que o impediu de guiar nos GPs da Holanda, da Itália, de Singapura e do Japão. Assim, Liam Lawson, piloto reserva da Red Bull e da AlphaTauri, foi convocado urgentemente para correr no lugar de Ricciardo até sua total recuperação.
E lá vamos nós
Em sua estreia, em Zandvoort, Lawson largou em último e enfrentou uma corrida tumultuada com chuva forte e bandeira vermelha. No entanto, cruzou a linha de chegada em 13º, um resultado extremamente positivo considerando sua falta de experiência com o carro e a rotina dos pilotos na F1.
O GP de Monza também não foi fácil para a AlphaTauri. Yuki Tsunoda teve que abandonar a prova antes mesmo dela começar, ainda na volta de apresentação, já que seu carro apresentou problemas no motor. Liam, que classificou em 12º lugar, largou então uma posição à frente. Surpreendentemente, ele manteve a posição e cruzou a linha de chegada em 11º.
Já na classificação do GP de Singapura, Lawson fez o improvável (para não dizer impossível): classificou em 10º, eliminando o tricampeão Max Verstappen do Q3 (o holandês largou em 11º). Além de ter participado de seu primeiro Q3, ter alcançado esse feito ao conseguir um tempo melhor que o líder absoluto do campeonato não é para qualquer rookie. Foi dessa forma que Lawson definitivamente chamou a atenção de todas as equipes. Ainda mais depois de conseguir marcar seus primeiros pontos na F1, chegando em P9 em uma das corridas mais desafiadoras do calendário. Com o resultado, Lawson se tornou o 350º piloto na história a marcar pontos.
No GP do Japão, Liam colocou Tsunoda no bolso na casa do piloto japonês. Tsunoda terminou em P12, logo atrás do substituto de Ricciardo. Em sua última corrida pela AlphaTauri, Lawson rodou sozinho no circuito de Lusail, no Catar, e terminou a prova em 17º. Visto que o GP do Catar foi o auge do caos esse ano, o resultado do piloto não teve muito impacto na performance dele como um todo durante sua passagem pela categoria. Falando em colega de equipe, o neozelandês deu trabalho para Tsunoda. Dos cinco GPs que correu (Holanda, Itália, Singapura, Japão e Catar), em quatro deles o rookie superou o japonês, inclusive em Suzuka. A zebra foi carrida catari mesmo.
Lawson devolve o assento a Ricciardo ocupando o 19º lugar no mundial de pilotos graças aos dois pontos conquistados em Singapura, na frente do também estreante Logan Sargeant (Williams) e do próprio Ricciardo, que ainda não pontuaram. Tsunoda tem um ponto a mais e ocupa a 17ª posição. Vale lembrar que a AlphaTauri está em último lugar no campeonato de construtores com cinco pontos, sete atrás da Haas. O próximo desafio é nos EUA, em Austin, de 20 a 22 de outubro, dando início a uma rodada tripla nas Américas (EUA, México e Brasil).
A história de Liam
O piloto nasceu em 11 de fevereiro de 2002, em Hastings, na Nova Zelândia. Corredor de kart desde os seis anos, em 2014 conquistou seus primeiros títulos. Porém, foi em 2015 que sua carreira começou a ascender. Ele participou e ganhou a Fórmula First, a Fórmula Ford, a NZ F1600 Championship Series e a Formula Three Asia. Em 2017 e 2018, Lawson garantiu o vice-campeonato na Fórmula 4 australiana e alemã. Em 2019, participou também da Toyota Racing Series, correndo com a M2 Competition, conquistou cinco vitórias e mais 11 pódios, o que garantiu seu título de campeão da categoria. Nesse mesmo ano também foi vice da Euroformula Open e 11º na Fórmula 3.
Esses resultados garantiram a Lawson um contrato com a Academia Red Bull, em fevereiro de 2019. Liam assinou o contrato junto a seus pais em um café na Nova Zelândia, logo após a conquista do título da Toyota Racing Series.
Ainda na Fórmula 3, na temporada seguinte (2020), Lawson saiu da equipe MP Motorsport para a Hitech, o que lhe proporcionou o quinto lugar no campeonato com três vitórias e seis pódios. Com isso, em 2021, fez sua transição para a Fórmula 2, ainda na equipe Hitech, conquistando uma vitória logo na primeira corrida da temporada, no Bahrein. Lawson, no entanto, terminou o campeonato daquele ano em 9º.
Em 2021, Lawson também competiu na DTM (Deutsche Tourenwagen Masters), campeonato de carros de turismo, pela Red Bull AF Corse. Ao lado de Alexander Albon, atual piloto da Williams na Fórmula 1, fez uma boa campanha, perdendo por pouco o primeiro lugar para Maximilian Götz.
Em 2022, participou novamente da Fórmula 2, dessa vez pela equipe Rodin Carlin. Com quatro vitórias, Lawson conquistou o terceiro lugar geral no campeonato. Vale lembrar que quem venceu a F2 nesse ano foi o brasileiro Felipe Drugovich. Com excelente desempenho, Liam foi contratado como piloto reserva tanto da Oracle Red Bull Racing, como para a Scuderia AlphaTauri. No ano passado, o neozelandês participou de dois treinos livres pela AlphaTauri (Bélgica e México) e um pela Red Bull (Abu Dhabi).
Perspectiva para o futuro
Apesar do impressionante desempenho, tanto na sua carreira como um todo, como nos últimos GPs da F1, recentemente a AlphaTauri anunciou oficialmente que Liam será mantido como piloto reserva. Os titulares para 2024 serão Tsunoda e Ricciardo. Após a confirmação de Sérgio Perez na equipe principal da Red Bull em 2024, não será no ano que vem que Lawson correrá ao lado de Max Verstappen. No entanto, Helmut Marko, consultor da equipe, não descarta a possibilidade do rookie conseguir uma vaga em 2025. Resumindo: Lawson já conseguiu provar seu talento e se colocou no radar como grande promessa da Fórmula 1, basta surgir uma oportunidade.
E mais: esse ano, o jovem ainda está na disputa da Super Formula japonesa e ocupa a vice-liderança do campeonato. De 27 e 29 de outubro ocorre a última rodada da temporada e Liam tem grandes chances para conquistar o título, pois está a apenas oito pontos do atual líder, Ritomo Miyata.
BÔNUS PERFIL: 5 curiosidades sobre Liam Lawson
- Ele pesa 72kg e tem 1.74m de altura.
- Liam cresceu na beira da praia e passou boa parte da sua infância brincando na areia.
- Lewis Hamilton foi seu primeiro herói.
- Seu filme favorito é Interestelar e seus seriados prediletos são Friends e Suits.
- Seus artistas favoritos são J Cole e Drake.
Fontes
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