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Patrocínios na F1: tecnologia e propaganda que elevam o nível da categoria

Atualizado: 16 de mai.

Construção de marcas icônicas e investimentos essenciais para o desenvolvimento tecnológico marcam esse tipo de parceria no automobilismo 


Escrito por Amanda Corrêa

Revisado por Isadora Guerra


Além da importância pelo alto nível de desenvolvimento tecnológico e de inovação, a Fórmula 1 ganha destaque também no marketing por ser um canal muito atraente para diversas marcas, principalmente devido a seu alcance global. Os patrocínios funcionam como uma via de mão dupla. Enquanto os patrocinadores ganham visibilidade e exposição de marca ao terem seus logotipos estampados nos carros, pistas, macacões e capacetes dos pilotos, o dinheiro arrecadado pelos times permite que eles possam investir em inovações tecnológicas, contratação de pilotos e categorias de base.


Patrocínios na F1
Marca da empresa será exibida no time a partir do GP de Miami. Fonte: Scuderia Ferrari HP

Além disso, as empresas que escolhem patrocinar a F1 buscam a estratégia de associar suas marcas ao esporte que, além de ser empolgante, também possui um alto nível de sofisticação e inovação, valores importantes de posicionamento de marca. É o caso da Ferrari, que anunciou nesta semana sua mudança de nome. A empresa de tecnologia HP fez um acordo com o time, que passa a se chamar Scuderia Ferrari HP. Essa prática é comumente chamada de naming rights. A marca da empresa norte-americana já aparecerá nos carros da escuderia a partir do Grande Prêmio de Miami. Será a primeira patrocinadora da Ferrari desde 2021, quando a Philip Morris deixou o time. Mas para entender como os patrocínios foram tão importantes quanto são agora, é preciso voltar no tempo. Bem-vindos ao mundo do marketing e da propaganda!


Era tabagista


No início da história da Fórmula 1, o marketing para as marcas de carro envolvidas na competição era muito mais chamativo do que hoje. Com o início da transmissão das corridas pela televisão, a potencial visibilidade começou a atrair patrocinadores de setores diversos, com destaque para a indústria tabagista. As empresas de tabaco buscavam justamente vincular suas marcas ao glamour do esporte, gerando desejo na população geral pelo consumo de seus produtos. 


Patrocínios na F1
Icônica McLaren de Ayrton Senna com o patrocínio da Marlboro. Fonte: Reprodução/Globo

A empresa de tabaco British American Tobacco (BAT), outra grande patrocinadora do esporte, teve inclusive sua própria escuderia, a British American Racing (BAR), que competiu de 1999 até o GP da China, em 2005, quando se tornou a Honda Racing F1. Destaque para o brasileiro Ricardo Zonta, que pilotou pela BAR em sua temporada de estreia.


No entanto, a publicidade de tabaco foi proibida pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) em 2007, com o intuito de não promover uma prática que gera graves riscos à saúde. Muitos países também possuem restrições à publicidade de tabaco, o que não impediu que as escuderias procurassem maneiras de manter os patrocínios, mas de maneira mais velada. Para não perder o seu principal patrocinador, se esquivando da proibição, a Ferrari colocou códigos de barra no lugar do logotipo da Marlboro entre 2007 e 2010. A BAT também voltou à Fórmula 1 em 2019 através de seu patrocínio à McLaren com o intuito de se posicionar como marca de inovação e desenvolvimento. 


Patrocínios na F1
Ferrari com a pintura de código de barras no lugar do logotipo da Marlboro. Fonte: Reprodução/Terra

Grid girls


Até 2018, era comum ver modelos (também conhecidas como grid girls) em eventos de Fórmula 1. Elas eram frequentemente contratadas por patrocinadores para promover suas marcas durante as corridas. As grid girls geralmente usavam roupas com o logotipo do patrocinador e estavam presentes no grid de largada antes do início da corrida.


Patrocínios na F1
Ayrton Senna e Grid Girls. Fonte: Reprodução/Pinterest

Após 2018, a FIA concluiu que a contratação dessas modelos não estava mais de acordo com as normas modernas da sociedade. As grid girls foram então substituídas pelas grid kids. As crianças que participam dessa iniciativa, que tem como objetivo inspirar a próxima geração de pilotos, muitas vezes já estão envolvidas com o automobilismo em categorias juniores e são escolhidas para ficar ao lado de seus ídolos antes da corrida. Assim, elas podem experimentar a emoção de um dia na pista.


Patrocínios na F1
Grid kids e os pilotos. Fonte: Reprodução/F1

Visa Cash App RB e Stake F1 Team


Um exemplo recente de como os patrocínios funcionam na Fórmula 1 é a mudança para 2024 da AlphaTauri, que passa a se chamar Visa Cash App Racing Bulls, e da Alfa Romeo, que passa a ser a Stake F1 Team. A Visa possui um histórico de patrocínio a várias equipes e eventos esportivos como a NFL (Liga Nacional de Futebol Americano) e a Copa do Mundo de Futebol Feminino da FIFA 2023. Além da escuderia principal na Fórmula 1, a Visa e o Cash App também criaram uma equipe na F1 Academy que estreou este ano. 


Patrocínios na F1
Daniel Ricciardo e Yuki Tsunoda no lançamento do carro da Visa Cash App RB. Fonte: Getty Images

A Stake é uma empresa focada em apostas e, em parceria com a Sauber, dona da escuderia, comprou os direitos exclusivos do nome da equipe pelas próximas duas temporadas. Com a mudança até de suas cores principais, do vermelho, branco e preto para o verde neon e preto, a equipe terá esse nome até o início da parceria da Sauber com a Audi, em 2026. Valtteri Bottas e Guanyu Zhou ainda são os pilotos titulares da equipe, mas Nico Hulkenberg já foi anunciado para 2025.


Patrocínios na F1
Divulgação do novo carro e nova identidade visual da Stake F1 Team. Fonte: MSN.com

Red Bull e sua estratégia matadora


A própria Red Bull, hexacampeã do título de construtores, surge com o patrocínio da marca de energéticos de mesmo nome. Estando presente como patrocinadora em diversos esportes, principalmente os tidos como radicais, e também sendo dona não só da atual campeã da Fórmula 1 e da Visa Cash App RB, mas também de times de futebol, a Red Bull se consagrou como case de marketing. Com excepcional engajamento de seu público-alvo e construção de uma marca sólida, ao participar ativamente do mundo dos esportes, comunica a seus clientes que é tão apaixonada por eventos desse tipo quanto eles, gerando uma conexão genuína.


Patrocínios na F1
Corrida entre avião e carro de Fórmula 1 na Eslováquia, promovida pela marca. Fonte: Oracle Red Bull Racing

F1 movida a patrocínios


Além dos patrocínios às escuderias, a categoria em si também precisa e vive desse apoio. Os patrocinadores são divididos em categorias: parceiros globais, patrocinadores oficiais, patrocinadores regionais e fornecedores oficiais. Os parceiros globais são os principais e, por isso, possuem maior visibilidade durante as corridas. São eles: DHL, Emirates, Heineken, Pirelli e Rolex. 


A DHL é responsável pela logística da Fórmula 1 (leia mais sobre como funciona aqui). Já a Pirelli é responsável por fornecer todos os pneus utilizados por todas as escuderias, inclusive, proporcionando algum tipo de estratégia para aquela corrida de acordo com os compostos escolhidos para cada pista (geralmente apresentada no início de cada transmissão). A Rolex é uma das parcerias mais longas do esporte, tendo sido originada desde a década de 1930. Até hoje, o relógio Rolex é mostrado quando a corrida está prestes a começar indicando e reforçando a pontualidade de seus relógios.


Patrocínios na F1
A marca da Rolex está presente em várias fotos icônicas da categoria. Fonte: Rolex Magazine

Patrocinadores brasileiros na F1


Grandes empresas brasileiras também participam do hall de patrocinadores da principal categoria do automobilismo. Quem não se lembra do icônico boné do Banco Nacional de Ayrton Senna? Além do Banco Nacional, o Banco do Brasil já patrocinou a Sauber. A Petrobras, uma das principais empresas nacionais, também já forneceu patrocínios à Williams e à McLaren no passado. 


Patrocínios na F1
Ayrton Senna e seu icônico boné do Banco Nacional. Fonte: mktesportivo.com

A XP, empresa brasileira de investimentos e a Porto Seguro, seguradora brasileira, atuaram como grandes patrocinadoras da Aston Martin em 2023, devido a suas parcerias com Felipe Drugovich, piloto reserva da equipe. Os logos de ambas as marcas brasileiras ocuparam lugares de destaque tanto no carro como nos macacões da equipe britânica. Em 2024, apenas o logotipo do Banco Master está presente no carro da Aston Martin. Além disso, outra empresa brasileira no grid é a Oakberry, marca de açaí que patrocina Pietro Fittipaldi e a Hass. Pietro também é piloto reserva da escuderia americana. 


Patrocínios na F1
Logotipo do Banco Master no AMR24. Fonte: Aston Martin

Fontes 


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