Confira o resumo de uma das melhores corridas da temporada 2023
Escrito por Mariana Paredes e Isadora Guerra
LARGADA

A prova começou sem Lance Stroll, que não largou devido aos danos em sua Aston Martin após a forte batida na classificação do sábado e por ainda sentir dores por causa do choque. Com Guanyu Zhou largando do pit lane após trocar componentes do carro, só 18 estavam no grid. Dono da pole, Carlos Sainz não decepcionou, conseguiu tracionar bem e, assim como Charles Leclerc, manteve sua posição de início. Lewis Hamilton perdeu o ponto de frenagem na primeira curva e acabou ultrapassando George Russell e Lando Norris por fora da pista, mas devolveu as posições logo em seguida. Sergio Perez e Yuki Tsunoda se tocaram, gerando problemas para a AlphaTauri e o segundo abandono seguido da onda de azar do japonês.
A INTELIGÊNCIA DE SAINZ
O espanhol administrou a pressão sobre o carro e pneus, conseguiu evitar ser ultrapassado nos boxes (undercut) com as diferenças mínimas entre os pilotos e gerenciou a distância para os rivais, de modo a mantê-los sob risco de ultrapassagem pelos carros de trás no decorrer da disputa (sobretudo com o uso da asa traseira móvel pelos segundo, terceiro e quarto colocados). Sainz demonstrou controle, confiança, frieza e profissionalismo. Principalmente porque ao ser alertado pela Ferrari da proximidade para Norris durante a prova, o espanhol respondeu que era intencional. Dessa forma, as Mercedes não conseguiram ultrapassar Lando e nem chegar perto do carro 55. Dessa forma, o britânico da McLaren faturou seu pódio de número nove da carreira e o terceiro de 2023. Lewis Hamilton foi o terceiro.

A saber: a Ferrari encerrou os 434 dias sem vitória na F1, desde o GP da Áustria de 2022, com o triunfo de Carlos Sainz. A vitória pôs fim à sequência de 15 vitórias da RedBull, entre Abu Dhabi, em 2022, e a Itália, 15 dias atrás.

SINGAPURA E O SAFETY CAR
GP de Singapura sem Safety Car não é GP de Singapura, definitivamente. Na volta 19, a Williams de Logan Sargeant inaugurou o muro. O rookie perdeu a asa dianteira, que ficou presa no assoalho, e mesmo assim conseguiu voltar para a pista para entrar nos boxes. A equipe fez a troca do bico e Sargeant retornou. Porém, a direção de prova optou pelo Safety Car para retirar os detritos da Williams. Então Ferrari, McLaren, Mercedes e Aston Martin aproveitaram para parar seus pilotos em uma troca de pneus. Tudo saiu como o esperado, exceto para Leclerc e Alonso, que tiveram problemas de tráfego e logística, respectivamente.

Já a segunda intervenção do carro de segurança, dessa vez de forma virtual, foi causada pela quebra de Esteban Ocon, na volta 43, com problema no câmbio. O francês e aniversariante do mês vinha bem, fazendo ultrapassagens de tirar o fôlego, até o carro literalmente parar. De novo, pit stops mudaram o destino dos pilotos. A Mercedes chamou sua dupla aos boxes. Com isso, Leclerc subiu para terceiro lugar.
AS MERCEDES VOLTARAM COM TUDO?

George Russell conseguiu largar na primeira fila, mas logo perdeu a posição para Charles Leclerc, que saiu em terceiro. Porém, os britânicos da Mercedes mantiveram um ótimo ritmo durante toda corrida. O segundo Safety Car ajudou a equipe, que optou por colocar pneus médios e atacar a McLaren e a Ferrari no fim. Rapidamente, Russell engoliu Leclerc e se aproximou logo de Norris, trazendo Hamilton junto. Pressionado pelo heptacampeão mundial, Russell bateu de leve em uma das curvas do miolo do traçado e passou reto, parando na barreira de proteção e fora da corrida. Para Hamilton, o terceiro lugar no Circuito de Marina Bay valeu sua 196ª aparição no top 3 e a quinta desta temporada. Lewis ainda ficou com o ponto extra da volta mais rápida. A pergunta que não quer calar: o que esperar das Mercedes em Suzuka?
O COMPETENTE LIAM LAWSON
Outro destaque da corrida foi Liam Lawson: substituto de Daniel Ricciardo na AlphaTauri, o neozelandês foi nono colocado e conquistou seus primeiros dois pontos na F1, após três GPs na categoria. Lawson mostrou um bom ritmo durante o fim de semana ao chegar ao Q3 pela primeira vez desde que substituiu Ricciardo em Zandvoort, na Holanda. No último segundo do Q2, o piloto da Academia RedBull tirou o bicampeão mundial, Max Verstappen, do Q3. E até ganhou parabéns do líder do campeonato depois de sua boa performance. Tsunoda e Ricciardo que abram bem os olhos!

A CONSISTÊNCIA DE PIASTRI
Uma das grandes recuperações do final de semana do GP de Singapura foi conquistada por Oscar Piastri, que subiu da 17ª posição no grid de largada para terminar em sétimo lugar na classificação final da corrida. Foi uma impressionante recuperação marcada por uma largada forte e eficiência nas ultrapassagens. O resultado na estreia dele no GP de Singapura o colocou em 11º lugar na classificação de pilotos. Isso porque Piastri não correu com as mesmas atualizações do carro de Norris, que claramente deixaram a McLaren dele mais competitiva.

UM FIM DE SEMANA RUIM
Os carros da RedBull não se encaixaram no Circuito de Marina Bay, tanto que Max e Perez largaram de P11 e P13, respectivamente. Diferente da maioria dos pilotos, eles iniciaram a prova com compostos de pneus duros (os demais largaram de médios ou macios). A RBR não tinha escolha e, para tentar pontuar, precisava de uma estratégia diferente. E até certo ponto ela deu certo. Verstappen escalou o pelotão e durante o primeiro Safety Car chegou à segunda colocação, enquanto Perez subiu para o quarto lugar. Porém, com pneus novos, quem parou nos boxes ultrapassou a dupla.

Os líderes do mundial só foram parar entre as voltas 40 e 41 para colocar pneus médios, o que fez com que Max e Checo voltassem em P15 e P17, respectivamente. No entanto, com a entrada do VSC logo na sequência, a sorte virou e eles conseguiram entrar na zona de pontuação. Verstappen chegou em quinto e Perez em oitavo, mesmo levando uma punição de cinco segundos por jogar a Williams de Albon no muro.

A DERROCADA DA ASTON MARTIN
Não foi só a RBR que teve um domingo ruim em Marina Bay. A Aston Martin, que começou a corrida com um carro só depois que Lance Stroll desistiu após uma forte queda na qualificação, decepcionou também com Fernando Alonso. O espanhol teve um dos fins de semana menos competitivos do ano, recebendo uma penalidade de cinco segundos por cruzar a linha branca na entrada dos boxes. O piloto ainda sofreu com a dificuldade dos mecânicos em encaixar os pneus macios no carro. E não parou por aí: na volta 47 o veterano rodou sozinho, caindo para o último lugar.

O QUE VEM POR AÍ

Mesmo chegando apenas na quinta colocação e acumulando 10 pontos, Max Verstappen segue líder absoluto do campeonato com 374 pontos. Hamilton agora entra no top 3 do Mundial, superando Fernando Alonso com 10 pontos de vantagem e a 43 do vice-líder, Sergio Perez. No campeonato de construtores, a RedBull vai a 597 pontos, 308 a mais que a segunda colocada, Mercedes. A F1 retorna já no próximo fim de semana (22, 23 e 24 de setembro) com o GP do Japão, válido como a 16ª rodada da temporada. Restam seis corridas para o fim do campeonato.
Comments