Confira um resumão de tudo o que aconteceu de mais importante no circuito de Suzuka
Escrito por Isadora Guerra
LARGADA
Max Verstappen largou mirando Oscar Piastri que, junto a Lando Norris, cercou o holandês dos dois lados. Mas a aproximação maior do britânico da McLaren, que conquistou a segunda posição de Oscar, não foi suficiente para ameaçar o bicampeão. Logo atrás deles, Charles Leclerc, quarto colocado, teve uma reação mais lenta na largada, o que obrigou Carlos Sainz a tomar a dianteira e ultrapassar Sergio Perez.
Antes de Verstappen completar a volta um, o Safety Car foi acionado. No fundo do grid, a curva um já recebia o primeiro incidente da prova: um toque entre Valtteri Bottas e Alexander Albon, que ainda atingiu Esteban Ocon e Guanyu Zhou. Perez acabou espremido pela dupla da Ferrari e, sem espaço, atingiu Lewis Hamilton. Quatro precisaram ir para os boxes, tirando Hamilton, que teve sorte e ficou sem danos no carro.
PAPAYA’S ARMY
Piastri e Norris fizeram uma corrida sólida e sem erros. O rookie, que largou de forma inédita na primeira fila, foi superado pelo britânico na largada, ao tentar ir para cima de Verstappen. No decorrer da prova, chegou a ficar na frente do colega, que teve seu pit stop antecipado, mas acabou cedendo a dianteira após certa resistência. Com o resultado, a McLaren fez sua quarta aparição no pódio em 2023, dessa vez com uma dobradinha, com Piastri conquistando seu primeiro troféu (3º lugar).
O bom desempenho também valeu ao australiano o prêmio de piloto do dia, com 28,2% dos votos no site oficial da F1. De quebra, ele se tornou o 11º piloto dessa temporada a conquistar um pódio. Com o resultado em Suzuka, o Piastri chegou a 57 pontos, ocupando a nona posição no mundial de pilotos. Nada mal para um estreante na categoria.
TORTA DE CLIMÃO NA MERCEDES
Lewis Hamilton e George Russell protagonizaram disputas intensas por posições, o que deixou o clima pouco amistoso entre a dupla. A primeira delas aconteceu a partir da sexta volta: Russell deu o bote e passou o heptacampeão na chicane, mas levou o troco já no começo da volta seguinte. A direção de prova chegou a avaliar se alguém deveria ser punido, porém, nada aconteceu. Hamilton parou primeiro, enquanto Russell resolveu adiar a entrada nos boxes para fazer só uma parada.
Ambos voltaram a se estranhar na volta 16, em uma briga pela sétima posição. Desta vez, Hamilton tinha a preferência da curva por dentro e fez a manobra de forma aberta, o que fez o companheiro ir pra fora da pista. No rádio com a equipe, Russell demonstrou irritação. “É para brigarmos entre nós ou contra os outros?”, questionou o piloto do carro 63. Nas voltas finais, Russell passou a sofrer com a pressão de Hamilton pelo quinto lugar e acabou cedendo a posição para o colega, que temia a aproximação de Carlos Sainz.
Posteriormente, o espanhol da Ferrari ainda passou o piloto da Mercedes e ameaçou o heptacampeão, que no fim, manteve-se em quinto. Russell acabou em sétimo. Nenhum deles conversou com a equipe pelo rádio na volta pós-bandeirada, quando os carros são levados ao pit lane. No parque fechado, Russell desceu do carro e passou reto por Hamilton.
O top 10 ficou assim: Verstappen, Norris e Piastri no pódio, seguidos por Leclerc, Lewis, Sainz, Russell, Fernando Alonso, Esteban Ocon e Pierre Gasly.
CHUVA DE ABANDONOS
Para a Williams, o GP do Japão foi uma tarde para esquecer. Tanto Albon quanto com Sargeant foram forçados a abandonar a corrida devido a danos resultantes de incidentes na pista. Sargeant largou dos boxes com uma penalização de 10 segundos por correr com um terceiro carro, já que ele bateu feio durante a classificação e diversos componentes precisaram ser trocados. Na volta cinco, travou as rodas dianteiras na curva 11 e bateu na Alfa de Valtteri Bottas, que rodou na área de escape. Resultado: os dois fora da corrida e penalty de cinco segundos para Logan.
Outro que não teve sorte foi Lance Stroll, que teve uma corrida que prometia pontos sendo encerrada prematuramente devido a uma falha no aerofólio traseiro. Stroll havia ganhado cinco posições logo na primeira volta. Dessa vez, a culpa não foi do companheiro de Alonso.
Definitivamente o dia também não foi de Sergio Perez (de novo). O mexicano largou em quinto, mas se envolveu em dois incidentes, foi punido duas vezes com cinco segundos e ainda voltou para a pista para dar três voltas (mais de 20 após ter, inicialmente, abandonado a corrida) para pagar suas punições e não acumulá-las para o próximo GP. Tudo começou com um toque em Hamilton, motivo que fez Perez trocar o bico do carro e os pneus médios pelos duros na terceira volta. Foi aí que ele foi punido com cinco segundos por ultrapassar diversos carros ao sair dos boxes sob regime de Safety Car.
E não acabou não. Perez danificou novamente sua asa dianteira ao bater em Kevin Magnussen na volta 13, quando disputava o 12º lugar. Pela postura, levou mais um penalty de cinco segundos. Ele deixou a corrida na 16ª volta, porém, surpreendeu ao retornar na 40ª para cumprir punição. Após três voltas, a equipe o retirou da corrida definitivamente.
Resumindo: ao todo, cinco pilotos não chegaram até o fim da prova. São eles: Bottas, Perez, Stroll, Sargeant e Albon.
RBR CAMPEÃ DE CONSTRUTORES
Agora é oficial: a Red Bull é a campeã mundial de construtores da F1 em 2023! Com a vitória de Max, a RBR conquistou seu hexa com seis corridas de antecedência, chegando a 623 pontos. Matematicamente, não pode mais ser alcançada pelas principais concorrentes: Mercedes, com 305, e Ferrari, com 285. O time austríaco havia sido campeão também em 2010, 2011, 2012, 2013 e 2022.
TROFÉU DO BEIJO
Outro ponto legal do Highlights: Japão GP é o lançamento do "troféu do beijo", a ser entregue aos vencedores de duas corridas: Japão e Estados Unidos. O troféu tem uma inscrição "kiss me" (beije-me, em português). Quando o vencedor o beija, ele se ilumina com as cores do país do piloto. A novidade foi criada pela patrocinadora Lenovo, empresa de tecnologia, e foi entregue a Verstappen em Suzuka. Quem ganhará o outro no GP dos Estados Unidos?
Para beijar o troféu, Max nem teve muito trabalho. De ponta a ponta, o holandês venceu pela 13ª vez em 2023 e está mais perto que nunca de seu tricampeonato mundial. O piloto liderou todos os treinos livres da etapa e largou da pole, fazendo ainda a melhor volta da prova no Circuito de Suzuka. Agora, tem 400 pontos na classificação, 177 a mais que o vice-líder, Sergio Perez. Com 180 pontos em jogo, se ele faturar três a mais que o mexicano na corrida sprint do GP do Catar, daqui a duas semanas, garante o tricampeonato. O Grande Prêmio do Qatar, em Lusail, ocorre entre os dias 06 e 08 de outubro, com direito à corrida sprint no sábado.
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