Confira um resumão de tudo o que aconteceu neste domingo, em Lusail
Escrito por Isadora Guerra
A LARGADA
A largada do GP do Catar já começou ruim para a Mercedes. George Russell e Lewis Hamilton se chocaram no início da prova e o heptacampeão precisou abandonar a corrida. O inglês do carro #63 conseguiu permanecer na disputa, após ter apenas um pneu furado, parar e trocá-lo. Max Verstappen não foi tocado por pouco, escapou e manteve a liderança. Com o incidente entre as Mercedes, Oscar Piastri assumiu a segunda posição, depois de largar em sexto. Safety Car na pista.
DEU ZEBRA
O GP do Catar foi conturbado até nas zebras. O autódromo foi reformulado desde a última corrida, em 2021, incluindo as áreas de escape, paddock e a pista. Porém, deu zebra. A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) teve que anunciar medidas de segurança após o treino livre de sexta-feira, porque a Pirelli (fornecedora oficial da categoria) notou problemas de desgaste depois de analisar os pneus. Uma separação na parede lateral entre o composto de cobertura e as cordas da carcaça, em muitos deles, preocupou a organização da corrida. E o que estava causando esse desgaste? As zebras piramidais, muito largas e longas.
Ainda no sábado, antes da classificação da Sprint, a FIA já havia determinado o recuo das zebras nas curvas 12 e 13, que foram repintadas. Após nova análise à noite, com outros pneus usados durante o dia, a Pirelli e a FIA anunciaram a principal mudança: o limite de duração de cada jogo de pneus. Ao longo da corrida principal, eles deveriam ser trocados em, no máximo, 18 voltas (levando-se em consideração o número de voltas dadas com jogos já usados). Ou seja, pelo menos três paradas.
No fim das contas, os diversos pit stops acabaram desgastando os pilotos, que guiaram com o pé embaixo durante toda a corrida. E ainda teve chuva de punições por ultrapassagens dos limites de pista. Sergio Perez e Pierre Gasly tomaram três de 5s cada um. Já Lance Stroll e Alexander Albon levaram duas de 5s.
MAIS UMA DA FERRARI
A Ferrari aprontou mais uma vez: Carlos Sainz ficou fora do GP do Catar. A decisão foi anunciada cerca de uma hora antes da largada “devido a um problema no sistema de combustível do carro”. O espanhol largaria da 12ª posição. Os mecânicos da escuderia trabalharam freneticamente para deixar o SF-23 de Sainz pronto para ir ao grid, mas descobriram que o problema não poderia ser resolvido a tempo.
Vale lembrar: o sistema de combustível é uma parte crucial de qualquer carro de F1, garantindo que o motor seja alimentado de forma eficiente. Qualquer problema neste sistema pode resultar em queda de desempenho ou até mesmo na falha total do carro. Nesse sentido, priorizando a segurança do piloto, qualquer revés que não possa ser 100% corrigido exige decisões extremas, como o abandono prematuro de Sainz.
500º PÓDIO DA MCLAREN
O GP do Catar rendeu para a McLaren. Além do pódio duplo conquistado (chegando aos 500), a equipe inglesa ainda mostrou estar afinada no trabalho de pit stop e bateu recorde histórico com a troca mais rápida já feita. Na volta 28, Lando Norris entrou nos boxes para trocar os quatro pneus. A DHL anotou um trabalho feito em apenas 1s80, uma marca impressionante e nunca antes vista na história da F1. O recorde anterior era da Red Bull na parada de Max Verstappen no GP do Brasil de 2019. Naquela época, o time conseguiu liberar o piloto em 1s82.
Outro destaque do fim de semana foi o talento de Piastri. O rookie fez a pole da Sprint e conseguiu vencê-la também (antes do próprio Norris, que ainda não venceu nada). Na corrida principal, o australiano teve uma boa reação na largada e administrou a prova para chegar em segundo, enquanto Norris contou com uma excelente estratégia para escalar o pelotão e faturar o terceiro lugar.
FINALMENTE A ALFA ROMEO APARECEU!
Saldo positivo para a Alfa Romeo no Catar! Seus dois carros finalizaram a prova entre os 10 primeiros colocados: Valtteri Bottas foi o 8º e Guanyu Zhou foi o 9º. O desempenho marcou um raro sucesso da equipe na atual passagem pela F1, iniciada em 2019. Em cinco temporadas, foi apenas a sexta vez que os dois carros do time pontuaram na mesma prova (a primeira em 2023). Com os seis pontos somados em Lusail, a Alfa chegou a 16 na temporada, superando a Haas (12 pontos) e assumindo o 8º lugar no mundial de construtores. O objetivo agora é alcançar a Williams (23), que é 7ª na disputa entre as equipes.
DEU RUIM
Definitivamente, essa foi a corrida mais extenuante do ano para os pilotos. As temperaturas durante o dia beiravam os 40 graus, caindo para 29 à noite, turno da corrida. Soma-se a isso a umidade elevada do ar e a exigência física natural da F1, fatores que causaram um desgaste acima da média para boa parte do grid.
Se fora do carro a temperatura era de quase 30°, dentro do cockpit era o dobro. Os macacões à prova de fogo e o calor dos motores aumentaram ainda mais o calor para os pilotos. Além disso, por ser uma pista de alta velocidade, com curvas de pé embaixo, a força g também tornou o desafio físico e mental muito mais difícil. Após a corrida, Norris disse que alguns pilotos desmaiaram no centro médico, a maioria deles por desidratação, tontura e vômitos. Stroll, por exemplo, revelou ter perdido a consciência dentro do carro em alguns momentos.
A situação começou a ficar tensa quando Logan Sargeant avisou a Williams que estava passando mal e foi orientado a se retirar da prova na volta 40, recebendo atendimento médico ainda nos boxes. O norte-americano, que havia apresentado sintomas semelhantes aos de gripe no começo da semana, foi diagnosticado com desidratação. Lembrando que ele optou por não tomar água durante a corrida. Já Albon conseguiu completar a prova em 13º lugar. No entanto, também precisou ser levado ao centro médico do circuito após ser exposto a níveis excessivos de calor.
Outro problema foi o superaquecimento dos carros. No decorrer da prova, Fernando Alonso se queixou do assento extremamente quente de sua Aston Martin.
Outro que viveu maus momentos foi Esteban Ocon, da Alpine. O francês chegou a vomitar dentro do capacete nas voltas 15 e 16, mas conseguiu manter o controle e completou a prova em 7º. Ocon não contou à equipe que estava passando mal, revelando o que aconteceu somente nas entrevistas pós-corrida.
Já o britânico George Russell chegou a levantar as mãos e abrir a viseira para se refrescar em plena reta, controlando o volante apenas com os punhos. Nico Hulkenberg teve dificuldades para deixar o carro após a prova, assim como Stroll, Charles Leclerc, Albon e outros pilotos, que também reclamaram de queda de pressão e visão embaçada enquanto pilotavam.
PRÓXIMOS CAPÍTULOS
Finalizando o Highlights: Catar GP, Max Verstappen (que se consagrou tricampeão mundial no sábado) faturou a sua 49ª vitória no Catar. Foi uma prova dominante do piloto da Red Bull, que só não liderou todas as voltas da corrida por conta das trocas de pneus. Albon chegou a liderar por algumas voltas. Piastri ficou em 2º com Norris logo atrás. Agora a Fórmula 1 realiza uma pausa (necessária) de duas semanas, retornando nos Estados Unidos para dar início a uma rodada tripla: Estados Unidos (Texas), México e Brasil.
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