Formula 1 Gran Premio de la Ciudad de México 2023 ocorre de 27 a 29 de outubro, no Autódromo Hermanos Rodríguez
Escrito por Isadora Guerra
Depois dos EUA, a F1 chega ao México para mais um fim de semana de corrida nas Américas. De 27 a 29 de outubro o Autódromo Hermanos Rodríguez recebe o Formula 1 Gran Premio de la Ciudad de México 2023. Na sexta-feira, o primeiro treino livre (TL1) ocorre das 14h30 às 15h30. A emoção continua no mesmo dia, com o segundo treino livre (TL2), das 19h às 20h. O sábado reserva ainda mais ação, começando com o TL3 às 14h30. A expectativa é ainda maior para a qualificação, que define o grid de largada, a partir das 18h. No domingo, a largada está prevista para às 17h (todos horários de Brasília). A Band transmite o GP do México e a classificação na TV aberta. A Bandsports exibe a corrida, os três treinos livres e a classificação, assim como a F1TV.
F1 lançou a abertura oficial do GP do México com direito à participação Mariachi. Fonte: @f1 no Instagram
Um pouco de história
A pista foi construída em 1959. O pai dos irmãos de corrida mais famosos do México, Ricardo e Pedro Rodríguez, era conselheiro do presidente mexicano Adolfo Lopez Mateo, e sugeriu ao seu chefe a construção de um circuito de corrida no parque esportivo Magdalena Mixiuhca, na Cidade do México. O presidente gostou da ideia e as obras na pista foram concluídas em menos de um ano. Os carros de Fórmula 1 chegaram em 1962 para uma corrida fora do campeonato, retornando no ano seguinte para um Grande Prêmio de verdade. A primeira corrida oficial, em 1963, foi vencida por Jim Clark. O GP do México seguiu até 1970. Retornou em 1986 e seguiu até 1992.
Após um hiato de 1993 a 2014, a etapa mexicana voltou ao calendário da Fórmula 1 em 2015. Desde então, tem sido uma parada fixa no calendário, sendo muito aguardada pelos fãs e pilotos. Desde a retomada, teve apenas três vencedores. Campeão antecipado desta temporada, Max Verstappen venceu a prova em 2017, 2018, 2021 e 2022. Lewis Hamilton (2016 e 2019) e Nico Rosberg (2015) foram os outros ganhadores. Em 2020, a disputa foi cancelada em razão da pandemia. O Hermanos Rodriguez tem vínculo com a F1 até 2025.
O circuito
O Autódromo Hermanos Rodríguez fica a mais de 2km acima do nível do mar, tornando a volta de 4,3 km uma experiência de tirar o fôlego. A pista ainda segue em grande parte o contorno do circuito original de 1959, a principal diferença é que a espetacular curva Peralta agora é dividida ao meio, com o circuito serpenteando pelo antigo estádio de beisebol Foro Sol. Aliás, o estádio é uma das características mais notáveis do circuito. Esta parte do traçado permite que milhares de fãs vejam os carros de F1 rugindo por uma seção sinuosa, criando uma atmosfera elétrica.
Destaque para a “Peraltada”, longa curva de 180º que dá entrada à reta principal do Autódromo. Ela tem um número indecente de bumps, um raio variável e uma inclinação de 3°. O nome da curva vem da palavra espanhola peralte, que designa a inclinação das curvas. “Peraltada”, portanto, significa inclinada. Ela é conhecida por ser uma das mais míticas e perigosas da Fórmula 1, pois os carros passam por ela a quase 300km/h. Depois de saírem das curvas 12 e 13, os pilotos entram em uma reta chamada "Recta del Ovalo", em alta velocidade. De repente aparece a “Peraltada”, que lembra muito a Curva Parabólica, de Monza. Essa é a história da curva do famoso estádio de beisebol.
Serão 71 voltas de 4,3km cada, totalizando mais de 305km de corrida. A volta mais rápida até então pertence a Valtteri Bottas, ainda na Mercedes, com o tempo de 1:17.774 (2021). Ao todo, são 17 curvas e duas zonas de detecção do DRS. A gama de pneus indicada pela Pirelli é C2 (duros), C3 (médios) e C4 (macios).
As equipes usam sua configuração máxima de pressão aerodinâmica e, ainda assim, os pilotos sentem muita falta de aderência nas freadas. Isso tem a ver com a pouca resistência ao ar, relacionada à altitude. O resultado são carros bastante nervosos. Mesmo tendo a maior zona de DRS de toda a temporada, não é fácil ultrapassar no México. Os números das últimas temporadas ficaram um pouco abaixo da média e a asa traseira foi usada em mais de 70% das manobras, o que é uma porcentagem alta.
Curiosidades
O GP do México é uma tradicional prova da Fórmula 1 e já foi palco de vários fatos históricos e curiosos da categoria. O GP decidiu cinco títulos na F1 ao longo dos anos: além do penta e hexa de Hamilton entre 2017 e 2018, John Surtees foi coroado campeão por lá em 1964, Denny Hulme em 1967 e Graham Hill em 1968.
O México ficou 30 anos sem ter um piloto na F1. Antes de Sérgio Pérez estrear em 2011, o último mexicano havia sido Héctor Rebaque, que encerrou a carreira em 1981. Ao todo, o país teve seis pilotos na categoria: Esteban Gutiérrez, Pedro Rodríguez, Ricardo Rodríguez e Moisés Solana, além de Perez e Rebaque.
Max Verstappen (2017, 2018, 2021 e 2022) é o recordista de vitórias no México, com quatro triunfos. Jim Clark venceu três, Alain Prost (1988 e 1990) e Nigel Mansell (1987 e 1992) duas vitórias cada.
Na edição de 1992, o alemão Michael Schumacher, correndo pela Benetton, conseguiu o seu primeiro pódio na categoria, terminando na terceira posição em prova vencida pelo inglês Nigel Mansell, da Williams.
Ayrton Senna é o único brasileiro a vencer o GP do México na Fórmula 1. A vitória aconteceu na temporada de 1989 quando o brasileiro pilotava uma McLaren. Em 1991, Senna também se acidentou nos treinos livres. Sua McLaren escapou na curva “Peraltada” e capotou após colidir na barreira de pneus. Apesar do susto, Senna saiu ileso.
Como foi em 2022
A prova do ano passado repetiu o pódio de 2021: Verstappen em primeiro, Hamilton em segundo e Perez em terceiro. Mexicano de Guadalajara, Checo havia largado em quarto lugar. Esse foi o melhor resultado dele competindo em casa. Ele e o britânico travam nessa corrida um duelo especial pelo vice-campeonato do mundial de pilotos. A diferença entre os dois é de 39 pontos.
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