Prova ocorre neste sábado (02/03) em virtude do Ramadã
Escrito por Isadora Guerra
As corridas estão de volta! Desta vez, o Bahrein marca o início da maior temporada da história da Fórmula 1, com 24 provas ao redor do mundo. O GP do Bahrein será em um sábado (02/03) em virtude do Ramadã, período que inicia dia 10 de março e que, segundo a tradição islâmica, marca a revelação do livro sagrado Alcorão ao profeta Muhammed. Por isso, a corrida na Arábia Saudita, em Jeddah, foi antecipada para o dia 9 de março. Por questões de regulamento, que estabelece ao menos uma semana de intervalo entre dois GPs, a data da etapa do Bahrein também foi modificada.
Portanto, a programação é diferenciada, com as atividades começando já na quinta-feira (29/02) com duas sessões de treinos livres, das 8h30 às 9h30 e das 12h às 13h, respectivamente. Na sexta-feira (01/03), o treino Livre 3 ocorre das 9h30 às 10h30, seguido pela sessão de qualificação, das 13h às 14h. No sábado (02/03), a largada está marcada para às 12h (todos horários de Brasília). A TV Band transmite o GP e a classificação na TV aberta. A Bandsports exibe treinos, corrida e classificação. O ge.globo acompanha todo o fim de semana em tempo real. No streaming, a F1 TV exibe todos os eventos do fim de semana.
Trata-se de um fim de semana de corrida marcante, já que a abertura marca 20 anos desde o primeiro Grande Prêmio do Bahrein. Nesse período, houve algumas edições especiais notáveis, com o longo traçado usado para marcar os 60 anos da Fórmula 1 em 2010, a primeira corrida noturna marcando 10 anos desde a estreia da corrida, e o Grande Prêmio de Sakhir usando o loop externo em 2020. E por aí vai…
Um pouco de história
O renomado projetista de pistas Hermann Tilke foi convidado pelo príncipe herdeiro Sheikh Salman bin Hamad Al Khalifa, em 1999, a criar uma instalação com várias pistas digna da mais alta classe do automobilismo mundial. Em dezembro de 2002, foi iniciada a construção do local em uma fazenda de camelos e do oásis Sakhir e, segundo a lenda, cerca de 60.000 toneladas de granito galês tiveram que ser importadas para a obra. Por incrível que pareça, tudo foi construído em apenas 18 meses.
O primeiro Grande Prêmio no Oriente Médio viu a Ferrari fazer uma dobradinha com Michael Schumacher liderando, Rubens Barrichello em segundo e Jenson Button em terceiro com sua BAR-Honda. A corrida foi considerada um grande sucesso e mais tarde recebeu o prêmio da FIA como o “Melhor Grande Prêmio Organizado” de 2004.
O circuito
Normalmente, pode-se esperar grandes corridas e com boas ultrapassagens no Bahrein. Palco de vários “duelos no deserto”, com a largura da pista proporcionando aos pilotos muitas oportunidades, enquanto a superfície abrasiva, o clima e o fato de ser uma corrida noturna contribuem para a emoção em um circuito com uma reputação boa e que tem contrato para sediar a F1 até 2036.
Tamanho da pista: 5.412km
Número de voltas: 57
Distância total: 308.238km
Curvas: 15
Última pole: 1:29.708 – Max Verstappen (2023)
Recorde de volta (corrida): 1:31.447 – Pedro de la Rosa (2005)
Velocidade máxima: 333,4 km/h
Aceleração plena: 70%
Perda de tempo no pit lane: 23,2s
DRS: 3 zonas
DRS 1: detecção antes da curva 1 e ativação após a curva 3
DRS 2: detecção antes da curva 9 e ativação após a curva 10
DRS 3: detecção antes da curva 14 e ativação na reta dos boxes
Pneus disponíveis: C1 (duros), C2 (médios) e C3 (macios)
Curiosidades
Presente ao calendário desde 2004, o Bahrein já registrou muitos fatos importantes dentro e fora das pistas, com direito a cancelamento de prova por causa de manifestação política. Confira abaixo algumas curiosidades.
1. O GP do Bahrein foi a primeira corrida da história da categoria no Oriente Médio, abrindo caminho para as provas no Catar, Arábia Saudita e nos Emirados Árabes
2. Em 2011, o GP foi cancelado menos de um mês antes da realização por causa de protestos políticos no país. A prova de 2012 também foi palco de manifestações, mas foi mantida no calendário.
3. O GP do Bahrein já correu com um traçado alternativo ao que é usado de costume. Foi na prova de 2010, com uma volta mais longa, de 22 curvas, contra 15 do circuito tradicional.
4. Em compensação, o traçado do Bahrein também foi palco do GP do Sakhir, uma das alternativas para a realização do campeonato de 2020 frente ao impacto da pandemia da Covid 19. Na ocasião, foi utilizado um circuito curto e rápido, com 3.543km e 11 curvas, resultando em voltas de menos de um minuto.
5. Aquela prova foi marcada por algumas participações marcantes. Pietro Fittipaldi estreou na F1 pela Haas, após o grave acidente de Romain Grosjean no GP do Bahrein, mesmo circuito, mas com outra configuração. Na Williams, Jack Aitken correu no lugar de George Russell, que, por sua vez, assumiu a Mercedes após o diagnóstico de Covid 19 de Lewis Hamilton.
Como foi em 2023
A Red Bull teve um início de temporada perfeito no Grande Prêmio do Bahrein de 2023, com Max Verstappen conquistando a vitória sobre seu companheiro de equipe Sergio Perez – enquanto Fernando Alonso terminou em terceiro quando Charles Leclerc abandonou a corrida. Quinto mais rápido na qualificação, atrás apenas da Red Bull e da Ferrari, Alonso usou sua habilidade de corrida tipicamente tenaz e se beneficiou do abandono de Leclerc para subir ao pódio no ano passado.
BÔNUS: mudanças importantes
Após dois meses de férias, a Fórmula 1 está de volta. Porém, com algumas mudanças técnicas. Confira abaixo.
- DRS (asa móvel): até 2024, os pilotos precisavam esperar duas voltas após a largada ou relargada por Safety Car para ativar a asa móvel. Agora, basta uma volta completa para que o DRS possa ser ativado.
- Tempo limite para pedido de revisão de decisão dos comissários: as equipes têm o direito de recorrer das decisões dos comissários caso haja “novas e significativas evidências não existentes no momento da decisão”. Esse período era de 14 dias, mas agora foi alterado para 96 horas, com 24 horas extras em circunstâncias especiais.
- Multas mais caras: antes de 2024, o valor máximo das multas que podiam ser aplicadas pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) era de 250 mil euros (R$ 1,35 milhão), mas agora esse número quadruplicou e a multa máxima aplicada pode chegar a 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões).
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