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GP de Abu Dhabi: tudo o que você precisa saber sobre a última corrida de 2023

Atualizado: 16 de jan.

Baía de Yas Marina recebe prova final da categoria nos dias 24, 25 e 26 de novembro


Escrito por Isadora Guerra


GP de Abu Dhabi
O circuito de Yas Marina não é apenas um marco arquitetônico em Abu Dhabi, mas também um ponto culminante no calendário da Fórmula 1. Fonte: Getty Images

Pela primeira vez desde 2015, a F1 chega à sua etapa final com os três primeiros colocados do mundial de pilotos já definidos. Porém, ainda existem algumas disputas interessantes para as últimas voltas do calendário no Fórmula 1 Etihad Airways Abu Dhabi Grande Prêmio 2023. A batalha pelo quarto lugar no campeonato de pilotos está prestes a chegar ao fim, com apenas 12 pontos separando Fernando Alonso, Carlos Sainz, Lando Norris e Charles Leclerc. Além disso, a Ferrari está agora a quatro pontos da segunda colocada Mercedes no mundial de construtores. McLaren e Aston Martin também lutarão pelo P4, enquanto a Williams busca superar a AlphaTauri, Alfa Romeo e Haas pelo sétimo lugar.


Em termos de recordes, Max Verstappen pode se tornar o terceiro piloto com mais vitórias da história da F1, desempatando a disputa com Sebastian Vetter (ambos estão com 53). Se vencer, o holandês fica atrás apenas de Michael Schumacher (91) e Lewis Hamilton (103). Dado que ele começou o ano com 35 vitórias, é uma perspectiva surpreendente.


E tem mais: o acento final a ser confirmado. O rookie Logan Sargeant ainda não tem uma posição definida pela Williams para 2024. A equipe está ansiosa para traçar uma série de metas de desempenho para o americano após uma temporada de altos e baixos, regada a uma série de erros infantis. O principal momento de Sargeant em 2023 foi em Austin, em casa, quando ele marcou seu primeiro ponto. Em Vegas, Logan conquistou sua melhor posição em um grid de largada: P6. Teoricamente, é pouco para 22 corridas. A Williams deve bater o martelo sobre a última vaga “aberta” para 2024 depois do GP de Abu Dhabi.


A ação deste fim de semana começa com o TL1 e o TL2 na sexta-feira, 24 de novembro, em preparação para o TL3 e a qualificação no sábado, 25 de novembro, e o Grande Prêmio, que encerra a temporada, no domingo, 26 de novembro. O TL1 inicia às 6h30 e o TL2 às 10h, ambos na sexta. No sábado, o TL3 está marcado para às 7h30 e a classificação para às 11h. No domingo, a largada está prevista para às 10h (horários de Brasília). Bandsports, Band.com.br e Bandplay transmitem todas as atividades, assim como a F1TV no streaming. Já a Band fica com a classificação e a corrida (Rádio Bandeirantes e BandNews FM entram em rede e transmitem a prova de domingo. Tem reprise do GP no domingo, às 20h45, no Bandsports.


Um pouco de história

GP de Abu Dhabi
Com investimento de cerca de 40 bilhões de dólares, hoje o local conta com diversas atrações e um paddock luxuoso. Fonte: Shutterstock

O circuito de Yas Marina, situado na ilha de Yas, próxima a Abu Dhabi, é mais do que um local para corridas emocionantes, é uma história de visão e realização. As origens do circuito remontam a 2006, quando surgiu o plano ambicioso de transformar Yas Island em um destino turístico de destaque. O foco desse desenvolvimento era um circuito de corrida de 5,5km. Em maio de 2007, as primeiras escavadeiras chegaram ao local que viria a ser conhecido como Yas Marina Circuit e o projeto foi concluído em outubro de 2009.


GP de Abu Dhabi
Design inovador e ambiente espetacular, promete oferecer um final emocionante para a temporada. Fonte: f1.com

Com investimento de cerca de 40 bilhões de dólares, hoje o local conta com sete hotéis, um parque temático indoor da Ferrari, um shopping, um parque aquático, um campo de golfe, uma praia, uma arena de concertos e uma boate. A pista estreou como GP final da temporada de Fórmula 1 daquele ano, com Sebastian Vettel, da Red Bull, vencendo o companheiro de equipe Mark Webber e o já coroado campeão de 2009, Jenson Button.


O circuito de Yas Marina não é apenas um marco arquitetônico em Abu Dhabi, mas também um ponto culminante no calendário da Fórmula 1. Com sua mistura única de desafios técnicos, design inovador e ambiente espetacular, promete oferecer um final emocionante para a temporada de 2023. Pilotos e fãs igualmente aguardam com expectativa a batalha final sob as estrelas do deserto, onde estratégia, habilidade e coragem decidirão os últimos pontos cruciais do campeonato.


O circuito

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A pista é um dos poucos circuitos que possui sentido anti-horário. Fonte: f1.com

A pista projetada por Hermann Tilke é dominada por sua reta de 1,2km entre as curvas 5 e 6, que fica entre curvas de baixa velocidade no início e no fim, o que a torna um GP ideal para ultrapassagens. Outros destaques incluem a complicada passagem pelas curvas 10 e 11 a 12, que obriga os pilotos a frearem forte com uma carga lateral ainda elevada. A natureza dia-noite da corrida apresenta um desafio técnico interessante para as equipes, porque a temperatura da pista cai em até 15 graus quando a escuridão chega. Isso tem um grande efeito no desempenho dos pneus, embora a Pirelli leve seus três compostos mais macios para a corrida. O equilíbrio do carro muda à medida que a pista vai esfriando e os pilotos têm de improvisar durante a corrida. A pista é um dos poucos circuitos que possui sentido anti-horário. Confira abaixo mais números de Yas Marina.


Tamanho da pista: 5,281km

Número de voltas: 58

Distância total: 306,183km

Curvas: 16

Última pole: 1:23.824 – Max Verstappen (2022)

Recorde de volta (corrida): 1:26.103 – Max Verstappen (2021)

Velocidade máxima: 340km/h

Aceleração plena: 75%

Perda de tempo no pit lane: 20.5s

DRS: 2 zonas

DRS 1: detecção antes da curva 5 e ativação na reta oposta

DRS 2: detecção após a curva 7 (chicane) e ativação entre a 8 e 9

Pneus disponíveis: C3 (duros), C4 (médios) e C5 (macios)

O asfalto do circuito de Yas Marina é pouco abrasivo e por isso o desgaste de pneus geralmente é baixo. Fora isso, as temperaturas caem quando o sol se põe e a corrida é disputada ao entardecer. Então muitas vezes os pilotos começam mais conservadores e depois podem atacar agressivamente com a pista mais fria. O terceiro setor é o mais importante por conta da tração e a necessidade de cuidar dos pneus traseiros, que tendem a sofrer com superaquecimento. Nos outros dois setores, o que conta mais é a velocidade de reta.


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Pneus disponíveis: C3 (duros), C4 (médios) e C5 (macios). Fonte: f1.com

Curiosidades

Abu Dhabi paga uma taxa maior para a F1 justamente para sediar a última etapa do campeonato, mas desde que entrou no calendário, em 2009, a pista não teve muitas decisões: foram apenas quatro. A primeira vez foi em 2010, quando Sebastian Vettel conquistou a vitória e seu primeiro título de F1. O piloto alemão se tornou o campeão mais jovem da história (23 anos e 4 meses). Além disso, foi o primeiro piloto na história que conseguiu conquistar o título de F1 sem ter liderado o campeonato uma vez sequer antes da prova final. Em 2014, o GP de Abu Dhabi decidiu o campeonato pela segunda vez. Lewis Hamilton chegou ao seu bicampeonato ao derrotar Nico Rosberg, seu companheiro de equipe. Posteriormente, em 2016, os personagens foram os mesmos, mas as coisas se inverteram, foi Rosberg que conquistou o título de pilotos, o seu primeiro e único. No entanto, a disputa mais emocionante das últimas décadas ocorreu em 2021.


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Abu Dhabi ficou marcada pela decisão de 2021 entre Lewis e Max, que chegaram empatados à prova final. Fonte: Getty Images

Você não lembra de 2021? Não tem problema, Mulheres Explicam. Abu Dhabi ficou muito marcada pela decisão do campeonato daquele ano, onde Lewis Hamilton e Max Verstappen chegaram empatados à prova final. O inglês liderava com certa folga quando um Safety Car no final, causado por Nicholas Latifi, juntou o pelotão. O detalhe é que ele tinha pneus velhos e Verstappen, que vinha em segundo, já tinha trocado os seus. O procedimento de relargada foi muito questionado por supostamente não ter sido seguido tal e qual o regulamento mandava. Na relargada, com uma volta para o final, Max passou Lewis e se tornou campeão mundial pela primeira vez, após um domínio absurdo da Mercedes.


A poucos dias do encerramento da F1 2023, as equipes também se aproximam da última chance para dar espaço aos iniciantes em sessões de treinos livres. Por isso, em Yas Marina, o treino livre 1 terá novos rostos (além dos reservas, mais experientes). A RBR escalou Jake Dennis, atual campeão da Fórmula E, e Isack Hadjar, piloto da Academia RBR na F2, que participou do TL1 no México pela AlphaTauri. O Felipe Drugovich vai voltar ao cockpit do AMR23 para o segundo TL1 no ano (Drugo já conduziu uma Aston Martin em Monza). Rival do brasileiro na F2 de 2022, Theo Pourchaire vai novamente disputar uma sessão pela Alfa Romeo.


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Bearman, Pourchaire e Hadjar vão disputar o TL1 em Abu Dhabi. Fonte: f1.com

Pato O'Ward, por sua vez, vai retornar ao carro da McLaren (ele fez o TL1 em Abu Dhabi no ano passado). Oliver Bearman vai assumir o carro da Haas após sua participação no TL1 no México. Já Zak O'Sullivan, vice da F3 em 2023 (vencida por Gabriel Bortoleto) vai estrear na F1 pela Williams. Robert Shwartzman (Ferrari), Frederik Vesti (Mercedes) e Jack Doohan (Alpine) também retornarão para a segunda participação em treinos livres nesta temporada. Os rookies já haviam corrido no TL1 dos GPs Holanda (Shwartzman) e do México (Vesti e Doohan).


A saber: o artigo 32.4.c do regulamento esportivo da F1 prevê que todas as equipes devem ceder um carro, em duas sessões de treino ao longo do ano, para pilotos calouros, entendidos como pilotos “que não participaram de mais de duas corridas (de F1) na carreira”. A obrigatoriedade foi instaurada na F1 em 2022.

Como foi em 2022

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Pódio de 2022: Max em primeiro, Leclerc em segundo e Perez em terceiro. Fonte: f1.com

Max Verstappen venceu o Grande Prêmio de Abu Dhabi de 2022 de forma confortável, de ponta a ponta. Foi a vitória número 35 da carreira do holandês, a 15ª do ano. Destaque para Charles Leclerc, que conquistou o P2 à frente de Sergio Perez e foi vice-campeão do mundial de pilotos. A corrida marcou também as despedidas de Daniel Ricciardo, Mick Schumacher e Nicholas Latifi, que não tiveram seus contratos com McLaren, Haas e Williams renovados. Além da aposentadoria do tetracampeão Sebastian Vettel, que deixou a Aston Martin para curtir a vida. Abu Dhabi foi o GP de número 299 do alemão, que cruzou a linha de chegada em décimo lugar em sua última corrida (até agora!).


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2022 marcou a aposentadoria do tetracampeão Sebastian Vettel, que deixou a Aston Martin para curtir a vida. Fonte: f1.com

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