Série de três corridas em sequência marca início do segundo terço do campeonato de F1
Escrito por Isadora Guerra
A Fórmula 1 volta a acelerar neste fim de semana (21 a 23 de junho) com Barcelona recebendo mais uma edição do GP da Espanha, a 10ª etapa da temporada 2024. O Grande Prêmio da Espanha recebe, tradicionalmente, grandes pacotes de atualização das equipes. Por isso, pode-se esperar novidades tanto nos carros quanto nos cockpits.
A ação começa na sexta-feira, 21 de junho, com o Treino Livre 1 às 8h30 e o Treino Livre 2 ao meio-dia. No sábado, 22 de junho, as atividades continuam com o Treino Livre 3 às 7h30, seguido pela sessão de qualificação às 11h. No domingo, 23 de junho, a largada está marcada para às 10h (todos horários de Brasília). A TV Band exibe a corrida e a classificação na TV aberta. A Bandsports exibe os treinos e a classificação na TV fechada. O ge.globo acompanha todo o fim de semana em tempo real. No streaming, a F1TV transmite todos os eventos do fim de semana.
Um pouco de história
O Circuito de Barcelona-Catalunha foi construído como parte do programa de desenvolvimento dos Jogos Olímpicos de Barcelona de 1992. A pedra fundamental foi lançada em 1989, enquanto a primeira corrida de automóveis foi uma etapa do Campeonato Espanhol de Carros de Turismo de 1991. Duas semanas após os carros de turismo correrem em Barcelona, foi a vez da Fórmula 1. A pista estreou com a famosa corrida de arrancada olho no olho de Nigel Mansell e Ayrton Senna na reta, antes de Mansell assumir a liderança e seguir para a vitória.
No entanto, o GP da Espanha aconteceu muito antes e em outro circuito. Em 1951, junto à criação da Fórmula 1, os espanhóis sediaram uma edição especial que marcou o primeiro título mundial do lendário Juan Manuel Fangio no circuito de Pedralbes, que recebeu somente mais uma corrida da F1, ainda na década de 50.
Em seguida, houve um rodízio de circuitos das cidades de Madrid (Jarama) e Barcelona (Montjuïc). Essa alternância se manteve por quase uma década, indo da metade dos anos 60 até os anos 70. A partir de 1976 a prova na capital espanhola se sobressaiu e recebeu o GP da Espanha por seis anos consecutivos.
Já no começo da década de 80, o GP da Espanha desfalcou a Fórmula 1 por algumas edições, retornando somente em 1986, novamente em um circuito diferente, dessa vez em Jerez, que contou com a vitória de Ayrton Senna naquele mesmo ano. O brasileiro ainda venceria mais uma vez nessa pista, na temporada de 1989.
Por fim, após mais seis edições em Jerez, o GP da Espanha mudou de casa mais uma vez em 1991 e se estabeleceu na Catalunha, local em que se mantém até os dias atuais.
O circuito
A pista é uma das mais completas de todos os circuitos do mundo, não apenas do calendário da Fórmula 1, pelos desafios que apresenta. Além das retas, ele traz todos os tipos de curvas possíveis, sendo algumas delas, como a curva 3 e a combinação das curvas 13 e 14, que conduzem para a reta principal, feitas a velocidades muito altas. As forças laterais exercidas sobre os pneus, especialmente no lado esquerdo do carro, são particularmente altas, em parte porque nove das 14 curvas são para a direita.
Os setores um e dois são de alta velocidade, através dos quais a eficiência aerodinâmica é crucial. O setor três agora voltou a ser de média velocidade, onde a aderência mecânica também é importante. Para ser rápido, um carro precisa trabalhar bem em todos os tipos de curvas.
Tamanho da pista: 4.657km
Número de voltas: 66
Distância total: 307.236km
Curvas: 14
Última pole: 1:12.272 – Max Verstappen, pela Red Bull (2023)
Recorde de volta (corrida): 1:16.330 – Max Verstappen, pela red Bull (2023)
Velocidade máxima: 325km/h
Aceleração plena: 59%
Perda de tempo no pit stop: 17s
DRS: 2 zonas
DRS 1: detecção antes da curva 9 e ativação depois da curva 9
DRS 2: detecção antes da curva 14 e ativação na reta dos boxes
Pneus disponíveis: C1 (duros), C2 (médios) e C3 (macios)
Em 2023, a configuração original, utilizada desde 1991, quando esta pista apareceu pela primeira vez no calendário da Fórmula 1, foi instaurada. Ela tinha sido alterada em 2007 com a inserção de uma chicane antes da última curva, com o objetivo de criar mais uma oportunidade de ultrapassagem, mas isso não se concretizou. Na verdade, a eliminação da chicane, aliada à configuração aerodinâmica dos carros atuais, trouxe um aumento nas ultrapassagens, de modo que no ano passado esta pista deixou de ser mediana em termos de oportunidades de ultrapassagens e foi para o top 4.
Curiosidades
- Barcelona marca a primeira corrida de uma rodada tripla (incluindo também Áustria e Grã-Bretanha) e também é o início de cinco corridas em seis semanas.
- Em nada menos que 24 corridas o pole position foi o primeiro a receber a bandeira quadriculada. Em outras quatro ocasiões o piloto mais rápido na classificação abandonou a prova.
- Depois do GP de Miami, este fim de semana é o segundo do ano em que todos os quatro campeonatos dos quais a Pirelli é a única fornecedora de pneus estarão na pista. Além da Fórmula 1, Fórmula 2 e Fórmula 3, Barcelona recebe a terceira etapa da F1 Academy, agora em sua segunda temporada.
- A pista também entrou para a história em 2016, quando Max Verstappen quebrou o recorde que pertencia a Sebastian Vettel e se tornou o piloto mais jovem a vencer uma corrida de F1, com 18 anos, 7 meses e 16 dias.
- Michael Schumacher e Lewis Hamilton são os pilotos de maior sucesso no GP da Espanha com seis vitórias cada, enquanto uma vitória no GP da Europa de 1994 faz de Schumacher o mais bem-sucedido em termos de corridas de F1 em solo espanhol. O alemão também lidera a tabela de pole positions (7), voltas mais rápidas (7) e pódios (12). Dos construtores, a Ferrari lidera com 12 vitórias, 14 pole positions e 38 pódios.
- Entre os brasileiros, Felipe Massa foi o único a vencer no circuito, fazendo a pole e a volta mais rápida na corrida de 2007. Já Rubens Barrichello é o brasileiro com mais pódios, conquistando 4, seguido de Massa, com 3, e Senna com 1.
- A Espanha também sediou mais sete etapas do campeonato mundial, todas elas sob o nome de GP da Europa: em 1994 e 1997 em Jerez e de 2008 a 2012 no circuito urbano de Valência.
Como foi em 2023
A edição passada da prova foi vencida por Max Verstappen, após largar da pole position. A corrida ainda teve um pódio duplo da Mercedes, com Lewis Hamilton e George Russell em segundo e terceiro lugares, respectivamente. Verstappen largou bem e, apesar de uma tentativa inicial de Carlos Sainz de ultrapassá-lo, manteve a liderança durante toda a corrida.
Hamilton, que teve uma excelente largada, rapidamente ultrapassou Lando Norris e consolidou sua posição em segundo lugar, enquanto Russell fez uma impressionante corrida de recuperação para garantir o terceiro lugar. O resultado ajudou a equipe alemã a superar a Aston Martin e assumir a vice-liderança do campeonato de construtores na época.
Fontes
https://www.f1mania.net/f1/f1-desafios-e-estrategias-do-gp-da-espanha-2024-no-circuito-de-barcelona/
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