Eduarda Gouvêa narra fatos que marcaram o fim de semana em Interlagos no ano passado
Nos dias 11, 12 e 13 de novembro do ano passado participei de um dos maiores eventos já sediados em São Paulo: o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1. Um fim de semana perfeito para quem gosta de automobilismo e que contou com um recorde de 235 mil pessoas durante os três dias. A melhor categoria do automobilismo reuniu em Interlagos fãs e admiradores de todos os cantos do país, do norte ao sul. O calor do final de semana não foi causado somente pela alta temperatura, isso porque a multidão reunida para assistir emanava uma energia incrível e surpreendente.
Para quem ainda não teve a oportunidade de desfrutar da experiência, digo que a festa não termina dentro das pistas. Se prolonga por todo o percurso feito a pé, de volta para a Estação Autódromo. As ruas lotadas, torcedores da Mercedes, Ferrari e Red Bull dividindo espaço e aperto para conseguirem entrar no metrô e voltarem aos seus destinos já mostravam para a cidade que algo de grande proporção estava acontecendo.
Na sexta, as filas começaram a se formar antes mesmo das 7h da manhã. O Setor A tinha um número bem maior de torcedores aguardando a liberação para entrar no autódromo. Com os portões finalmente abertos, a correria era para garantir o melhor lugar e ter a certeza de que eu conseguiria uma sombra em algum momento do dia. Todos ali sabiam que Interlagos, mais especificamente o autódromo, tinha um clima confuso que raramente seguia as previsões climáticas. Então era bom se prevenir e ter certeza de que o protetor solar e a capa de chuva estavam na bolsa.
As atrações disponíveis para os torcedores no Setor A vão desde a fabulosa estátua de Ayrton Senna na beirada da arquibancada (para aquela foto perfeita e de tirar o fôlego) até os simuladores de pitstop. Tudo para garantir que a experiência de estar no autódromo fosse uma das melhores. E tem como não ser? Durante a tarde, o que me chamou atenção foi o treino qualificatório para a Sprint Race. Não tem como não lembrar do nome mais mencionado nesses dois primeiros dias: Kevin Magnussen. O dinamarquês que pilotava uma Haas foi quem conquistou a pole position e levou o autódromo inteiro à loucura com seu feito em solo brasileiro. Uma zebra daquelas gostosas de ver.
No sábado, já foi notável o número crescente de pessoas marcando presença. As filas começaram mais cedo, já que tinha Sprint Race. Todos queriam uma visão privilegiada dos telões e da pista para não perder um pedacinho sequer da corrida. Com muita tensão na pista, George Russell, em seu primeiro ano na Mercedes, venceu a Sprint. Uma pena que não valeu como primeira vitória (mas calma, logo chegarei lá).
E chegou o domingo. Ahhhhh, domingo. Havia muitas atrações, a primeira delas foi a corrida da Porsche Carrera Cup. A largada já levantou toda a arquibancada A e injetou adrenalina pura na torcida no esquenta do GP do Brasil. Deu para acompanhar também a exibição de várias Ferrari dando voltas em Interlagos (tinha mais de 10 modelos diferentes da marca)! Encerrando a programação pré-corrida, ainda teve uma bela e emocionante volta de Emerson Fittippaldi pela pista.
Agora sim, vai começar o show. A parada dos pilotos foi um dos momentos mais marcantes do final de semana, quando a gente pôde tietar e ficar um pouco mais pertinho dos nossos ídolos. O Setor A foi à loucura pela segunda vez quando os carros clássicos que levavam cada piloto se aproximavam da reta. Mick Schumacher, à época guiando uma Haas, foi um dos que roubaram a cena. O filho de Schumi dirigiu o carro que levou Sebastian Vettel ao seu último desfile no GP do Brasil, antes de sua aposentadoria. Lewis Hamilton, o mais novo cidadão honorário brasileiro, também foi uma das figuras mais esperadas do dia - e não decepcionou. O patrão apareceu durante todo o percurso carregando a bandeira brasileira. Que homem!
Para quem torce para a Mercedes, o final de semana foi perfeito. Depois de um ano inteiro de desentendimentos com o próprio carro, que não melhorava apesar dos ajustes feitos entre uma etapa e outra da temporada, dobradinha à vista. George Russell venceu de novo (e dessa vez valeu) e caiu no choro, emocionando qualquer fã de F1. Sir Lewis Hamilton retribuiu o carinho da torcida e do nosso país chegando em segundo lugar e comemorando o ótimo resultado com seu companheiro de equipe.
A experiência de assistir ao GP do Brasil 2022 foi cheia de surpresas e, logo na minha vez, tive um fim de semana inacreditavelmente surpreendente. Contagem regressiva para novembro!
Escrito por Eduarda Gouvêa
Que maravilha de narrativa que envolve o leitor e permite a "vivência"da sua emoção. Parabéns pela trajetória e sucesso sempre! Nosso orgulho 💕